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Na luz me deleito, mas é na escuridão que encontro refúgio...
Sempre me renovo... forte como uma rocha e ao mesmo tempo frágil como uma flor desabrochando...
Forte, pois não há um ser que consiga desfazer-me definitivamente,
Frágil, a ponto de sentir a dor do outro, chorar com os entristecidos e amargurar-me com aqueles que desejam fazer o mal.
Tendo uma alma entranhada de veneno e banhada de doçura, consigo refazer-me sempre para sobreviver no meio desta humanidade hipócrita...
Uma humanidade que anseia pelo sangue daqueles que se deixam abater pela maldade... travestida de angeliquismo*...
Daqueles que se amedrontam com a podridão exacerbada desta humanidade, mas que esta exala um cheiro de calêndula para camuflar-se.
E assim me esquivo, sendo veneno, mas deixando uma doçura única... doçura amarga!
Maria.L.airaM
23/01/2021
*angeliquismo = palavra inventada, pois não há regras para uma alma que ousa criar.